Lembrança das brincadeiras de infância (continuação)

Pra começar a brincadeira: “Dois ou um”, “Dedos”, “Quem quer brincar põe o dedo aqui que já vai fechar” (Obs. muito importante: “Põe o dedo aqui...” é na mão viu. “Põe o dedo aqui na mão que já vai fechar”. Antes que alguém pense algo errado).

Ai começava: “ Pega-pega”, “Bater bafo”, “Esconde-esconde”, “Rouba bandeira”, “Soldado-ladrão”, “Taco” essas eram brincadeiras mais masculinas né? (Naquela época as mulheres ainda não queriam direitos iguais). Enquanto a gente tava no corre de capturar o ladrão e tal, tinham umas menininhas louquinhas, que roubavam meia-calça das mães, tacavam nas pernas e ficavam lá pulando igual malucas. Olha que brincadeira nada a ver...kkk!

Nós homens não! Nós estávamos tentando encontrar a estratégia mais adequada possível, para tentar infiltrar nos domínios inimigos para capturar aqueles lazarentos, morféticos, fdp que corriam pra cacete!

As meninas adoravam aqueles que corriam mais né? Ah vai cagar! Se eu quisesse correr mesmo, muito mais rápido, eu colocava os chinelos nas mãos! E eu colocava.

Um tempo depois as brincadeiras mudam, começavam as brincadeiras mistas (Unisex): “Elefante colorido”, “mamãe mandou”, “passa anel”, “Que mês”, “Gato mia”, “Mãe de rua”, “Salada mista”, que na minha opinião, é a melhor brincadeira já inventada neste mundo, desde que, se tenha amigos confiáveis (Que não era meu caso). Vou explicar.

 

“Salada mista”. Pra começar a idéia sempre surge daquela menina piriguete ou daquele menino safado. Começando a brincadeira seus olhos são tampados por um amigo do peito, de confiança mesmo, que jura:

- Quando for uma gatinha eu aperto seus olhos.

Blz né?

- É a Judite!

Pra quem não conhece a Judite é a garota que eu sonhei a vida inteira em beijar.

- Pêra (aperto de mão)? Uva (abraço)? Maçã (beijo no rosto)? Ou Salada Mista (beijo na boca)?

- Salada Mista! (Claro né?).

Quando eu abro o olho não é a Judite. É a Bernadete.

A Bernadete pra quem também não conhece, é aquela menina que eu jamais imaginei a minha vida inteira, que daria um beijo.

Meu “amigo” filho de uma égua, rolando de tanto dar risada e aquela cambada de capetas gritando:

- Beija! Beija! Beija! (Não vou falar se beijei ou não).

 

Gente só sei que era uma gritaria da pôrra! Eu tinha um vizinho que adorava. Quando a gente acertava a bola na janela da casa dele então... Hum, ele ficava realizado. Saia de casa recitando poemas:

- Cambada de morféticos, bando de urubus,

Peguem essa bola e sumam daqui.

Infarto nem é tão ruim assim. Que Deus o tenha!...kkk

Gente pra quem não viveu essa época a única coisa que posso dizer é!

- Vocês não sabem o que perderam.

Pra quem viveu:

- Vocês sabem exatamente o que estou falando.

Abraço a todos!